Vou dar uma volta com o meu versinho ao lado Este formigueiro, este estar muito inquieto Que está cá bem dentro, mas insiste em ser assim Vou levar a rima p'ra junto do teu jardim Desfiando a rima em azul papel selado Mas um verso curto seja branco ou rimado Não fica mal de tudo e sempre vale a pena Vou dar uma volta com o meu versinho ao lado Quantas voltas forem eu hei-de ir a nado Enredado em ondas que me levem mais além Se a prosa esmorece o encontro marcado Senta-te no tempo que a maré vai e vem ♪ Encharquei a íris por me sentir rejeitado O Sol do meio dia entrou por dentro de mim Cantou a cigarra o seu canto descuidado Serão muitas voltas até tu dizeres que sim A sorte mofina passou por mim sorrateira Lançou-me um olho torto muito enviesado Contra amores trocados, contra o mau olhado Trago o meu versinho mesmo aqui à minha beira Gastei muito tempo p'ra escrever-te em verso Deitei mil feitiços à fachada do correio Senti no ouvido, uma mosca na fruteira Seriam moinhos ou rumores de Dulcineia ♪ Quantas voltas forem eu hei-de ir a nado Enredado em ondas que me levem mais além Se a prosa esmorece o encontro marcado Senta-te no tempo que a maré vai e vem