Eu calo as palavras, Poupo o vocabulário, é que Pró meu silêncio ainda não há um dicionário E eu não falo sem pensar e não quero pensar demais Não espero interpretações ou traduções emocionais. Como todas as mulheres quero sentir que sou diferente Sou todo o cliché da vida toda pela frente. Sou carente q.b. como um domingo persistente em que Não sei porquê a gente tem olhar ausente. Amiga como tu tenho medo da rejeição Chorei deitada no chão, achei que era em vão e não Havia solução a ferida ficaria aberta, É certo que te marca mas não mata só desperta. Também sou insegura ponho a lupa nos defeitos, Tenho a fúria do espelho, muitas dúvidas no peito Ás vezes não me valorizo, não grito quando é preciso Não tenho juízo e vivo em função doutro indivíduo Como tu não sou perfeita mas esse é o nosso carisma E quem cisma e não respeita não consegue ver um cisne. A beleza não se finge é aquilo que tu emanas, mana Como uma esfinge fica sólida a uma deusa humana. Somos assim cheias de contradições como as tradições Sem fim que nos atiram pra depois. Vestem-nos de cor de rosa pra enfeitar um mundo que é cinzento, Querem-te vistosa mas cagam em como estás por dentro E não tens tempo pra te amares a ti Tens de ser loira, boa, magra, sensual e com Q.I. Claro que assim manter uma auto-estima dá muito trabalho. Não sou a super-mulher e mando o mundo po caralho! Carta fora do baralho mas serei dama de copas, Serei rainha como tu um dia, topas? E quando fraquejares vais repetir num sussurro Aquilo que eu canto pra sorrir um dia escuro. Eu cheiro a alfazema, eu sou poema Eu sou aquela que tu querias ao teu lado no cinema...