Eu sei o que que eu quero Quero de preferência não sair da minha casa Aquela casa, específicamente, essa casa Eu sei que eu não vou abrir mais mão da minha horta E isso não é questão de idade Eu acho que isso é uma questão de oposição ♪ Eu quero uma casa no campo como Elis Regina Plantar os discos, os livros, e quem sabe uma menina Por mim até podem ser mais, um amor como aos meus pais Os dias como os demais, sem serem todos iguais Casa no campo com a porta sempre aberta Deixar entrar amigos, partir à descoberta Ter a minha cama grande, a colcha predileta E um cão desobediente em cima da coberta Eu quero uma casa completa com um pedaço de terra E com espaço, quero o tempo adormecer na relva Longe da selva de cimento Eu acrescento que quero cultivar mais do que mero conhecimento Quero uma horta do outro lado da porta E quero a sorte de estar pronta quando a morte me colher Quero uma porta do outro lado da morte E ter porte de mulher forte quando a vida me escolher Quero uma casa no campo que cheire à flores e frutos A gomas e sugos, a doces e sumos Cozinhar para quem quer comer, comer como sei viver Com apetite, já disse, que não quero emagrecer Comer de colher de sopa, fazer pão, estender a roupa Faço pouco das bocas que me dizem p'ra crescer Eu quero rasgar janelas nas paredes cujas pedras Carregar com as mãos que uso para escrever Casa no campo com lareira e fogo brando Que ilumina todo o ano, sorriso de quem amo Quero uma casa no campo que pode ser na cidade Mas tem de ser de verdade, mesmo não tendo morada Onde é que aprendeste o que é o infinito? Foi na contracapa de um livro da Anita Diz-me qual é o teu perfume favorito? Pão quente, terra molhada e manjerico Onde é que aprendeste o que é o infinito? Foi na contracapa de um livro da Anita Diz-me qual é o teu perfume favorito? Pão quente, terra molhada e manjerico Diz-me qual é o teu perfume favorito? Pão quente, terra molhada e manjerico Pão quente, terra molhada e manjerico ♪ Anda viver comigo, colamos o nosso umbigo E não passaremos frio no nosso lugar estranho Anda viver comigo, colamos o nosso umbigo E não passaremos frio no nosso lugar estranho ♪ Ok! Um filho, um livro, um disco, uma árvore Um filho, um livro Um filho, um livro, um disco, uma árvore Um disco, uma árvore