Rosa, uma flor tão airosa De uma cor tão formosa Só não vi que és tão espinhosa Rosa, fragrância esplendorosa Não sabia que havia flor assim tão venenosa Rosa, que coisa fabulosa Algo de ar tão gentil Mas de alma tão venenosa Rosa, em poesia ou em prosa Se for para falar de ti, não vou mentir És mentirosa Eu colhi-te do jardim e te acolhi E reguei-te e dei-te água de mim Estive aqui a ver as pétalas cair E esperei que tu voltasses a florir P'ra no fim ver que contigo não é tudo assim não Não é tudo assim tão Rosa Sei que tens falado com o Daniel Aquele tropa que mora em Penafiel Eu dou-te tudo o que tu queres Até dou mais Diz que não podes, hoje vêm cá os teus pais Onze e meia, vem ter comigo a Valongo 'Tou no motel Avenue sem dar estrondo Tenho caixas da roupa da Bershka, da Zara Da Massimo Dutti, só roupa cara (Agora pensa e para) Como é que pensas duas vezes em quem optar? Eu sou aquele que te mete com o pé atrás Eu não interesso a ninguém Não sou de confiar É para chorar Porém contudo Vais mentir e te arrependerás Tipo moura encantada com a minha voz Eu não interesso nem ao menino Jesus Mas beijo a cruz Flores do campo Flores da cidade Flores antigas Flores de tenra idade Flores humildes Flores com vaidade Flores de plástico Flores de verdade Conheci-te no Jardim Municipal Num dia aparentemente normal Brilhaste no meio das outras Eras a tal Mal sabia eu que há flores que cheiram mal Eu colhi-te do jardim e te acolhi E reguei-te e dei-te água de mim Estive aqui a ver as pétalas cair E esperei que tu voltasses a florir Para no fim ver que contigo não é tudo assim, não Não é tudo assim tão Rosa