Olha essas rua, cheia de sangue de cocaína
Eu tô posado na minha insônia, to dopado de cafeína
Tô pensando na heroína que nasceu na Babilônia
Chapo ao te beijar, mas não sei como funciona
Reflito, mais um tiro na rua, eu escuto
Quantas vezes no ano ainda vou sentir luto
Lúcifer e Jesus se pá são um só maluco
Tirando com a nossa cara enquanto deus joga truco
Eu me tornei o MC contradição da cidade
Claro pra trampar na biqueira, escuro pra faculdade
No empasse se gorfo ou como as banana no campo
Racismo sequela as mente e o Neymar fala que é branco
Isso é Brasil, nada tem que ser coerente
Os black block de ontem agora ama os PM
Criei um filme na mente, claro que não tem sentido
Era tipo mad max, na direção Tarantino
Um cenário grandioso, tanta infelicidade
E a imperatriz, engrupida com os like
Entra aqui pra você ver se entende o que eu sinto
Sou o minotauro maldito do meu próprio labirinto
SP Walking Dead, fui perceber
Os menor chapa na droga e não tem livro pra ler
Eu sou a lenda daqui, ando caçando meus pares
Já trombei vários zumbi, nenhum era dos Palmares, mas
Se o que não mata faz mais forte
Quantas vez eu quase morri
Desejo pros bico boa sorte
Se forem jogar contra mim
Se o que não mata faz mais forte
Quantas vez nóis quase morreu
(Orí, a bússola do sagrado que nasce com cada indivíduo)
Eu sou demais pro quintal da minha própria casa
Na rua num existe dia, eu sou caçador e a caça
Desarmado na madruga, mãe me dê a bença
Vejo tanta maldade em tudo, parece doença
O crime é indecência, sem prova de inocência
Ando no corredor da morte, aguardando a sentença
Pensa, usa sua inteligência
De cada dez chegado seu, nove num quer que cê vença
Sem nação, miserável, eu me sinto um curdo
Na cidade que num tem amor e nóis ainda sente orgulho
Um insulto, sonhar bem mais do que geral espera
Me torno arrogante e forasteiro na minha terra
Imigrante de onde eu sou, onde eu estiver
O não lugar testa minha fé, eu sou Fresh Prince in Bel Air
Só que aqui o Jazz é branco, as Hillary são clinton
Se eu não me sinto em casa, imagina os nordestino
Eu vim por fim no paraíso em que os porco reina, tio
Vim tão frio, a alma queima
Vamo ser firme mesmo que o chão trema
Deus fala demais e a postura não sustenta
Nas mente pequena eu só sinto claustrofobia
Mas me encaixo nas suas coxa preta ali
Eu sinto o céu Tipo torre de Babel, mete marcha carai
Tamo indo arranhar o céu
Descobri que sou anjo, não me prostro mais
Comigo não, comigo nunca mais
Descobri que sou anjo e lá em cima
Vi uma tábua antiga, um salve alquimistas
Não confunda humildade com submissão
Eu ouço tudo e pretendo me manter de pé
Não confunda humildade com submissão
E não recua frente a qualquer um que te quer
Morto, essa cidade me prendia, antes eu não percebia
Daí fiz um alvoroço, osso, Sempre senti um aperto no pescoço
O mundo era meu castelo, São Paulo é meu calabouço, fui
Eu tô em fuga, as arma em punga, Tem mil treta, eu sou mil truta
Eu sou mil corpos em fúria, Frio na nuca, pele escura
Não caibo nas viatura, pode derrubar meu corpo
Minha alma não captura nunca
Se o que não mata faz mais forte
Quantas vez eu quase morri
Desejo pros bico boa sorte
Se forem jogar contra mim
Se o que não mata faz mais forte
Quantas vez nóis quase morreu
Desejo pros bico boa sorte
Se forem jogar contra os meus