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Baden Powell - Les Afro-sambas / Canto De Ossanha lyrics

Artist: Baden Powell

album: Tempo De Musica


Falar isso, Vinícius foi muito mais que um pai pra mim, além de amigos
Vinícius e eu, nós conversávamos muito
Contava muitas histórias e tal, e... todo tipo de...
Principalmente essas histórias misteriosas, né, de...
De orixás, de Candomblé, de assombração, de tudo
A gente ficava bebendo e tudo, falava do galo mágico
Sei lá, a gente falav- conversava de todos os negócios
E depois a gente ia partir pra... pra fazer as músicas
E nesse negócio, eu contei muitas coisas pro Vinícius também
Da-da-das coisas de candomblé, é... e...
Das músicas, dos temas lindos que tínhamos, não sei do que e tal
E nessa conversa foi que nós começamos a compor
Eu me interessei muito, uma vez que eu, eu fui pra Bahia
E fui assistir um negócio de Capoeira e tudo
E voltei encontado com aquela história de Capoeira
Do-do-do, do berimbau e tudo
E resolvi fazer um tema dedicado a capoeira
Depois de ter assistido bem
Ouvido todas as histórias, não sei de quê
O besouro, cordão de ouro
Que foi o maior capoeirista da Bahia e tudo
Aliás, foi até o Canjiquinha que andava comigo no seu trabalho
Aí mostrei pro Vinícius e nós fizemos uma música
E demos o nome de Berimbau
E por incrível que pareça até aquela época
Ninguém sabia o que era berimbau, não
Assim, berimbau, a pessoa pensava
Que fosse uma outra coisa, não sei de quê
Ninguém sabia não, a não ser na Bahia
Mas ninguém sabia o que que era berimbau
Todo mundo conhecia a palavra berimbau
Mas pensava mal que fosse uma gaita
Um negócio qualquer e tal
Mas não tem nada a ver com isso
E uma das primeiras músicas foi Berimbau
Depois do Berimbau nos fizemos aí o...
Eu Falei de Xangô, contei o negócio, a história de Iansã
Não sei de quê, história... Iemanjá
Aquele negócio todo
Eu fui fazendo os temas mas sem... sem... os temas que...
Sem entrar naturalmente com o tema da-da-da...
Mesmo do Candomblé, não, falando sobre o coisa
Mas com aquele lirismo do Vinicius
Sem falar, é... o Xangô... o machado que bate
Não tem nada dessas coisas
De ponto, de ponto, de... de... de... de coisa
Foi um... uma espécie de tributo feito a... ao... ao...
Ao culto da-da-do-do do Candomblé
E o Vinícius sabia disso, sabia esse troço muito bem
E daí nasceu o Canto de Iemanjá, o Canto de Xangô
Né... é... Canto de Ossanha
E quando derrepente também o Vinícius comentou, falô' assim
Puxa, Baden, isso aí são os afro-sambas

O homem que diz: Dou (não dá)
Porque quem dá mesmo (não diz)
O homem que diz: Vou (não vai)
Porque quando foi (já não quis)
O homem que diz: Sou (não é)
Porque quem é mesmo, é (não sou)
O homem que diz: Tou (não tá)
Porque ninguém tá (quando quer)
(Coitado do homem que cai)
(No canto de Ossanha, traidor)
Coitado do homem que vai
Atrás de mandinga de amor
Vai, vai, vai, vai (não vou)
Vai, vai, vai, vai (não vou)
Vai-vai-vai, vai, vai, vai-vai (não vou)
Vai (não vou)
Eu não sou ninguém de ir
Em conversa de esquecer
A tristeza de um amor
Que passou
Não!
Eu só vou se for pra ver
Uma estrela aparecer
Na manhã de um novo amor
Amigo sinhô, saravá
Xangô me mandou lhe dizer
Se é canto de Ossanha, não vá
Que muito vai se arrepender
Pergunte pro seu Orixá
O amor só é bom se doer
(Pergunte pro seu Orixá)
(O amor só é bom se doer)
Vai, vai, vai, vai (amar)
Vai, vai, vai, vai (sofrer)
Vai, vai, vai, vai (chorar)
Vai, vai, vai, vai (dizer)
Eu não sou ninguém de ir
Em conversa de esquecer
A tristeza de um amor
Que passou
Não!
Eu só vou se for pra ver
Uma estrela aparecer
Na manhã de um novo amor

Vai (amar)
Vai, vai, vai, vai (sofrer)
Vai, vai, vai, vai (chorar)
Vai, vai, vai, vai (dizer)
Eu não sou ninguém de ir
Em conversa de esquecer
A tristeza de um amor
Que passou
Não!
Eu só vou se for pra ver
Uma estrela aparecer
Na manhã de um novo amor

(Vai, vai, vai)
Vai, vai, vai
Vai, vai, vai
Vai, vai, vai

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