Vem o sol despontando de trás da serra Doirando a terra do meu sertão E a passarada em revoada Vai entoando uma canção Pelas campinas O retireiro tangendo a manada para o curral E na estrada segue o tropeiro Levando a colheita para o arraial Quando a lua desponta no horizonte Toda prosa vaidosa vem se banhar na fonte Vagalume enfeita a noite, coruja pia no toco Sapo pururu no brejo e na viola do bom caboclo Oi, lerê-ierê, oi, lerê-ierê-laiá É minha viola, é meu sertão e meu luar Oi, lerê-ierê, oi, lerê-ierê-laiá Canta a siriema, o bem-te-vi e o sabiá Uma casinha branca, a cachoeira, fonte da rosa Na janela, uma saudade que me espera tão formosa Um punhado de criança vem correndo me abraçar Coração pula no peito, coração pula no peito Coração pula no peito com vontade de brincar Oi, lerê-ierê, oi, lerê-ierê-laiá É minha viola, é meu sertão e meu luar Oi, lerê-ierê, oi, lerê, oi, lerê-ierê-laiá Canta a siriema, o bem-te-vi e o sabiá