Quem passa pelo viaduto Não vê um sujeito bruto Conhecido por Onofre Seu cofre é uma lata de sardinha Com cigarro de palhinha E um cachorro "guenzo" ao lado Não sabe que ali mora um vaqueiro Corajoso e altaneiro Bom de laço e de peixeira Onofre que lutou a vida inteira Pela sua honradez E tudo o que ele fez Foi cobrar os seus direitos. Partiu do Nordeste brasileiro Foi morar como estrangeiro Nas ruas de uma capital De amigo só tem mesmo um vira lata Que bate e usa as patas Pra lhe proteger Levando uma vida de cachorro Hoje eu mato hoje eu morro Meu viver é só penar São tantos os terríveis desenganos Que nem os direitos humanos Podem me cuidar E eu vivo assim Roendo osso Roendo osso Eu levo a vida toda Roendo o mesmo osso E olha lá Roendo osso Roendo osso Eu levo a vida toda Roendo o mesmo osso Sem nenhum tostão no bolso Vivendo no alvoroço E roendo o mesmo osso Diz ai Roendo osso Roendo osso Eu levo a vida toda Roendo o mesmo osso Com meu cão beiço de vaca Sob uma lua de prata E roendo o mesmo osso Diz ai Roendo osso Roendo osso Eu levo a vida toda Roendo o mesmo osso Diz ai Roendo osso Roendo osso Eu levo a vida toda Roendo o mesmo osso Eu levo a vida toda Roendo o mesmo osso Eu levo a vida toda Roendo o mesmo osso