Tenra idade, adolescência Dei-te um livro de moral Pr'antes de teres consciência Distinguires o bem do mal Não é que estejas corrompido Plo pecado original O baptizado foi cumprido Na revista social Topas de Platão Tanto quanto de Agapito Sabes bem da divisão Entre o feio e o bonito Esmerei na educação Mais do que admito Há que ter um filho nobre Pra ter um filho rico Rico filho é possidónio, pais Agora são avós E essa postura de Sidónio Pais? Gente como nós Casa-te com um homem Que te ame numa herdade Se não te amar Sempre tens a caridade O pobrezinho, pobrezinho Só tem falta de vontade E perpetua a ingratidão Desta consanguinidade Sabe-lhe apelido Não vá ser um pé descalço Ninguém quer para marido Um novo rico, um queque falso E se tá na moda Comer bolos no Careca Não te livras de uma foda Disfarçada de uma queca O meu reduto é um gueto cascalense E uma casa na Foz Deixo impoluto o futuro p'ró que vence Gente como nós Saber falar como gente como nós Pra trabalhar para gente como nós Enfim casar entre gente como nós E ir a enterrar junto a gente como nós