Na Lisboa que estremece Já nada é o que parece Como dizia o cantor Quanto mais vibrante o dia Mais sinto que se esvazia Menos ouço o seu rumor Perdoou-me esta franqueza Mas teimou em ser francesa E conselhos, não lhos dei Para mal dos seus pecados Dediquei-lhe um dos meus fados Que é o único que sei Quando um sismo de verdade Derramar sobre a cidade Euforia sepulcral Pergunta com voz serena Se a saudade vale a pena Se tudo é pedra afinal E toda a população Vem ver vindo o vagalhão Enxaguar o frenesim Mas eu, que a vejo da janela Não hei-de chorar por ela Se ela não chorar por mim