Eu joguei outra garrafa ao mar Com um pedido de socorro a quem puder me salvar: "Já não há mais nada meu aqui Correndo em torno da ilha sem nunca me alcançar" Que os planetas se alinharam e eu só quero fugir Queimar as roupas na fogueira e cirandar até cair Que eu tropeço, me levanto, existe algo em mim Que me faz seguir o Sol e nunca desistir A Lua e não o fim Eu sou bicho de caverna, não sou de muitos amigos Mas tenho quem me queira bem E não tenho muito à perder, umas caixas, alguns discos Mas tenho amor por viver Que estou cansado de tentar me explicar Consertar todas as coisas e sempre virem mais Não tenho todas as respostas, não quero chegar primeiro Não quero mais ferir meus dedos cavando no cimento Meus olhos contra o vento Estou sobre dois pés na torre, com o transmissor no talo: — Alguém aí no radar? — Alguém quer dançar e não correr? — Alguém quer montar cabanas, viver bem longe daqui E falar de amor, da gente ser feliz e não do que comprar ou de quem é a culpa? Diz, sei que você me entende Nem tudo está perdido É esse mundo que está torto Não esse espírito, não as nossas tribos