O sol que aquece meu corpo ofusca Meu olhar, mas não há mais o temo Agora sei que meus passos no escuro enfim Me levaram além do mito que em dias Que pensei estar tão certo Me fez sangrar por meus olhos ao não ver Nada além do medo e da dor Pobre criança, te ajoelhes e chores por crimes Que nunca imaginou ter cometido Peço perdão pagão e vinde aos braços que te aguardam Pra roubar-te a inocência e dar-te a dor Da angústia e da incerteza ♪ Tantas vezes pensei andar em plumas Tropeçando sobre brasa e lanças Ouvi a tua voz dizer que um dia ia ter A paz que sei nunca guardaste pra mim E ouvi teus profetas à me dizer que não há fim em tua bondade Caminhando entre a peste que corrói teus filhos E o olhar faminto e sem vida dos que beijam teus pés Não posso mais tocar-te porque deixei de crer em teus brados heróicos Adeus, agora que sei que nas mais altas montanhas O vento é bem mais forte E tua sombra não mais queima Quem ousa te olhar nos olhos E ver que teus castelos são de areia E que não há nada além de tinta E sangue em tuas escrituras