Se de toda alma que nasce Brotasse uma centelha acesa de empatia Se toda vez que o ódio aparecesse na tua face O ódio se transformasse em justiça a quem precisa Se a gente apagasse as divisões de classes E só deixasse existir o interesse único De emancipar-se com a dignidade que se merece Por onde vou Não há sentimento mensurável Para além das camadas superficiais da carne Não há certezas (Não há certezas) Depois da imagem tem o ser Longe da cegueira da fé A verdade nem sempre é o que parece ser Se, ao invés do ego, toda prece evocasse A limpeza de qualquer linha que trace Fronteiras imaginárias nos mapas Impedindo que liberdade por ali passe O sonho O sonho é uma ilha imaculada Da poluição da realidade O sonho Quanto tempo tem Daqui até o desesquecimento do eu? Quanto tempo tem? Se dinheiro não corrompesse Nem dividisse nosso mundo E se a gente compreendesse Que revolução começa de dentro pra fora E, então, poderíamos levantar Por sobre religião e crenças Por onde vou Não há sentimento mensurável Para além das camadas superficiais da carne Não há certezas irrevogáveis Não há certezas