Já que estamos no meio No auge desse caos Abismados com a loucura radical Que é estarmos vivos, justo aqui Já que o homem parece ter criado para si O seu mais cruel veneno Já que somos esse fino cordão Prestes a romper entre a terra e o céu Prestes a vencer a data de validação Dessa precária encarnação Se não acordamos do sonho parasita (parasita) Esquecemos no ato que viemos de visita Como bichos da seda que se enrolam no cordão Como bichos sem mato que se matam pra viver Pensando em só sobreviver Já que o homem parece ter contado para si A mais sensual mentira Já que a história é feita pra boi dormir E se espreguiçar já não dá conta de acordar E yoga já não é mais meditar Quem poderá nos levantar? Se não subvertermos o modo parasita (parasita) Esquecemos no ato que viemos de visita Passe o código de barras desse seu coração Para ser legitimado na pesagem do balcão E desconte na fonte a alegria que ganhar Garantindo as garantias que ninguém vai lhe mostrar Boa sorte, se tiver Quando seu fio se desfiar Boa sorte, se quiser Quando seu filme se revelar Se não crescemos, viramos parasita (parasita) Esquecemos no ato que viemos de visita Como bichos da seda Como bichos sem mato Já que estamos no meio E esquecemos no ato