Os dentes levemente mais à frente Revelam meu sorriso azulejado Emoldurado por lábios salientes Certamente ardentes se beijados A fronte suavemente projetada Como nas estátuas primitivas A testa de feição mais alongada Como nas estirpes mais antigas Me atenho aqui a descrever meu rosto Que o resto só com os olhos de um pintor Suficientemente hábil e de bom gosto Pra retratar-me toda em toda cor Apenas cito a mais as minhas pernas Raramente expostas por inteiro Qual montanhas sob neves eternas Encobertas janeiro a janeiro Talvez a breve referência aos dentes E ao meu sorriso aberto azulejado Já seja tão ou mais que o suficiente Para explicar as fadas do meu fado