Escreve aí, que é pra lembrar, eu ando meio esquisito
Agora anota o meu ditado
O coração está no meio de duas veias
Que bobeiam o sangue bom e o estragado
Tá tudo limpo e tem o sujo
Tá tudo lindo, e vem o cujo
O bom e o feio se mascaram
A quarta-feira já chegou
O carnaval nem começou
Agora ouve o meu ditado
Sobe a ladeira, escala o topo de uma igreja
Ou de um morro e pula lá do alto
No meio de um par de asas secretas
Como as de borboletas, vai brotar nas tuas costas
Mergulha, afoga no mar salgado, tuas guelras vão brotar
Cê não percebe que pode morrer agora
Que é maioral, que é pai geral, é sem igual, é imortal
Como um defunto, imortal
Como uma iguana, imortal, como uma égua
O ar em teu pulmão vem de uma ideia
E da medula, e da placenta cinzenta e colorida
Da alegria, da alegria, da alegria
Escuta o meu ditado, eu peço música e faço música
E digo música e canto música, mas estou calado
A mão direita quer a esquerda
O pé que samba quer o tombo
Dentro do grito tem silêncio
A chuva esconde um céu de estrelas
E Jonas dentro da baleia acende um sol, sua fogueira
Dentro do dentro tem o dentro
Dentro do sono tem o sono
Dentro do azul tem outro azul
Mas tem o fora ali também
Acorda o sono de ninguém
E há no céu a cor da rosa
A vida às vezes tem um lado
A vida às vezes tem dois lados
A vida até tem três ou quatro
Anota bem o meu ditado
Às vezes fica até quadrada
Mas bem lá dentro você sabe
A vida é círculo e é elipse
Quando ela é sol, ela é eclipse
Quando ela morre é que ela vive
Escreve aí, que é pra lembrar, eu ando meio esquisito
Agora anota o meu ditado
O coração está no meio de duas veias
Que bobeiam o sangue bom e o estragado
Tá tudo limpo e tem o sujo
Tá tudo lindo, e vem o cujo
O bom e o feio se mascaram
A quarta-feira já chegou
O carnaval nem começou
Agora ouve o meu ditado
Sobe a ladeira, escala o topo de uma igreja
Ou de um morro e pula lá do alto
No meio de um par de asas secretas
Como as de borboletas, vai brotar nas tuas costas
Mergulha, afoga no mar salgado, tuas guelras vão brotar
Cê não percebe que pode morrer agora
Que é maioral, que é pai geral, é sem igual, é imortal
Como um defunto, imortal
Como uma iguana, imortal, como uma égua
O ar em teu pulmão vem de uma ideia
E da medula, e da placenta cinzenta e colorida
Da alegria, da alegria, da alegria
Escuta o meu ditado, eu peço música e faço música
E digo música e canto música, mas estou calado
A mão direita quer a esquerda
O pé que samba quer o tombo
Dentro do grito tem silêncio
A chuva esconde um céu de estrelas
E Jonas dentro da baleia acende um sol, sua fogueira
Dentro do dentro tem o dentro
Dentro do sono tem o sono
Dentro do azul tem outro azul
Mas tem o fora ali também
Acorda o sono de ninguém
E há no céu a cor da rosa
A vida às vezes tem um lado
A vida às vezes tem dois lados
A vida até tem três ou quatro
Anota bem o meu ditado
Às vezes fica até quadrada
Mas bem lá dentro você sabe
A vida é círculo e é elipse
Quando ela é sol, ela é eclipse
Quando ela morre é que ela vive
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