Era um jogo raro Em que a regra a gente faz conforme a vez Como quem abre um dicionário e encontra três Ou quatro interpretações pras mesmas leis Era um filho ingrato Uma revolta na surdina, insensatez Lançando os discos na piscina, embriaguez A explosão de uma usina Não tem fascinação, não, não Não tem perdão Não tem resolução Era o que ninguém imaginava que um dia fosse ser Como quem pega o escapulário e vai beber Como quem tira os sapatos pra correr Era como um raio imprevisível destrutivo pra valer Como quem dorme com o inimigo sem saber E toma vinho envenenado Não tem culpado não, não, não Não tem razão Não tem explicação Foi um furacão ♪ Seus pés não tocam o chão Te vejo da esquina É tanta confusão O vidro da retina Reflete cristalina A fronha de algodão Na qual repousa a mão Que logo descortina O sonho de menina O olho de dragão A sina inevitável de rainha Não tem fascinação, não, não Não tem perdão Não tem resolução