Pedras preciosas pegam fogo, Dos lagos vapores sobem anjos, Pedras preciosas melodiam chamas, Na estrada o mal é valente e sensual, Assassinos ganham as muralhas E decifram o horizonte, O tigre encarnado no homem Ao nascer da lua mostra o desdém. Enganemos os guardas é hora de entrar na Babilônia, Sigamos com os ciganos, meu bem, Como saberão dos anjos Em missão de extermínio? Pela noite coalhada de luz Gotas de sangue escorrem da lua, O chacal avisa que o covarde Não encontra abrigo nas sombras sibilantes. O casal guarda a fertilidade da filha Na jaula, é preciso pagar Para ter linhagem, olha meu amor, Como se corrompem os fiéis da fartura e da vadiagem! Não adianta sonhar como poeta - A Babilônia cunha moedas, Não adianta o milagre, Mede-se fácil a alma do ordinário. Venha comigo pela longa avenida das sombras, Ao redor das fogueiras os pecados borbulham Nas garrafas cheias de almas, o demônio Que o anjo numerou na face Trafica sonhos pervertios com o pastor. Venha, mulher cujo sexo é o canto de um pássaro Nascido dos sonhos de um casal de anjos enamorados, Venha, minha fada do cio, em algum lugar seremos felizes, Deixemos a Babilônia queimar no vício, Segue comigo, vestida apenas com o vermelho Da tua nudez mais fêmea que a Aurora, Montemos nos cavalos ferozes do coito sem piedade, a gente má é do passado, todo o deleite é do amor o nosso refúgio abençoado.