Do monastério ao meretrício O acusador, a condenada No parto ou no precipício Desculpa quer ser desculpada Passado é passe pro bandido Virtude, pro mocinho, é arma Ninguém é o vilão, Na própria história, Ninguém é o vilão Protege sua vida e mente Em nome da verdade mata A água de Narciso é turva O caco do espelho é faca Um homem sem defeito é morto Pois quem se vê perfeito é farsa Ninguém é o vilão, Na própria história, Ninguém é o vilão Ninguém é o vilão, Na própria história, Ninguém é o vilão Pro crente, a serpente Pra serpente, o homem (Come, some) Para o macho, a fêmea Para a fêmea talvez seja a fome Se chamar um nome, há sempre outro nome (Quem se esconde?) A culpa é da isca ou a desculpa é da presa que come? Quem é o culpado? Pra quem é a cruz? (Cruzes!) Serve a carapuça, o carrasco seduz (Luzes!) Pupila apertada, todos estão nus, todos fazem jus O erro produz mais culpa e a própria culpa mais erro produz De quem fujo, eu que finjo? Quem mato, eu que minto? O que sinto? Onde guardo um segredo de mim? Labirinto O juiz lá no banco dos réus não tem chave dos céus Mau sou eu, mausoléu O esgoto é que faz o rato ou o rato é quem faz o esgoto? Deus, quem criaste primeiro: a serpente ou o ovo? Não fui eu. Não, fui eu! Não fui eu. Não, fui eu! (A culpa é minha! A culpa é sua! A culpa é minha! A culpa é sua...) Quando eu me vi num beco escuro Pedi que eu não contasse nada Mas outros têm os seus caminhos E eu só tenho a minha estrada Se eu tomo a minha cruz e sigo Não há mais ruas assombradas Ninguém é o vilão Na própria história Ninguém é o vilão Ninguém é o vilão Na própria história Ninguém é o vilão Contando sua história Ninguém é o vilão Na própria história Ninguém é o vilão