Quão caras são as flores Que adornam o solo dos perecidos E ao chegar a friagem perecem Para apinharem-se Aos seus amores da neve Porque o frio O frio resolveu se congelar Na lágrima do inocente Que já não está Quão caras são as folhas Que adernam a aurora de Abril À presença da ausência Sob a ausência da presença Que repousam em silêncio Porque o sol O sol resolveu se aquecer Para que a dor Pudesse de vez desvanecer Oh, oh mas tão somente Mais uma vez Os olhos vissem na sua vivez Que nem a fúria dos homens Nem a loucura de outréns Outrora o ódio a florescer Agora chora o seu doer Puderam o sangue arrefecer Em sua sina sua apória São sinais de mais uma memória Posto que é finória Frágil e áurea Não apenas horas Mas imortal até sempre Porque a luz A luz resolveu acender Sua noite ao poente para nos lembrar De como nós éramos normais E de repente não havíamos mais