Um samba de Marola Well, well Vivo sobre o mesmo sol que esquenta o couro dos calangos Piso no mesmo chão que brota a cor dos ipês Eu surfo nessa onda em que sufocaciano Fujo da vida adulta na pureza do Erei Nada abalará, quem sabe agradecer Nada vai parar, quem pare um pouco pra ler Por isso eu não paro na busca Divido conversa e cultura De pixo, poesia e arte na rua Olha menino, cuidado, vigia Se benza, segura, se cuida O mar não tem cabelo não Não tem onde se segurar Ou leva caldo ou vai na intuição Se não tiver lata eu vou no xadrez Se não tiver vento eu sopro a embarcação E ai de quem disser que não Não, não, não preciso de alvará O universo é a minha jurisdição Abandonando modos Com a peita do remorso contra dogmas e vermes Então pisa leve moleque Que se eu tivesse tranquilo a escrita seria breve O instinto que instiga é o que estica a canela O mar que era fogo, prende o barco e assopra a vela E aquieta a ventania que entorpece minha janela Pra sorte do Dito Cujo eu me cubro de sequelas Cheio de história velha Algumas não tão belas quanto a perda de memória E o que resta é sensação Tal como Deus concebe a Jorge a força do dragão Vai dar bom! Dia quem se ama O de melhor até pro íntimo inimigo Castigo o meu pecado com a santa ignorância Capricho e faço chama onde o fogo tem sentido Chico me dizia Que o mar não tem cabelo, é O mar não tem cabelo não Me dizia um certo dia Que a maresia ia, vinha, trazia magia Marola me dizia Que o mar não tem cabelo, é O mar não tem cabelo não Me dizia um certo dia Que a maresia ia, vinha, trazia Ia, vinha, trazia magia Marola me dizia Ia, vinha, trazia magia O mar não tem cabelo não, não, não Ia, vinha, trazia magia Marola me dizia Que o mar não tem ca... O mar não tem cabelo não