Favela, centro do universo Um dia me disseram: favelado não tem vez Eu demorei pra entender que isso era mentira Eu demorei pra entender que o diabo sorria Em cada escolha errada que a minha mente fazia Esses mandado estão querendo o meu sangue Querem sugar minha paz de espírito Mas minha cabeça tá tão longe Que hoje em dia é só fé pra isso Alimentando esse sonho que dizem ser impossível Mesmo sem ter o alimento da dispensa Saindo da lama pra poder alcançar alto nível Não pra mostrar que sou mais um como vocês pensam Eu nunca tive que provar nada a ninguém Parei de perder tempo quando entendi essa ideia Que eles vão tentar tirar tudo que você tem Ver o seu barco naufragar e ficar de plateia Vocês se fuderam que hoje estou andando sobre as águas Que não foi pouco, eu passei várias noites em claro Pensando: e se essa porra não virar Então perdi todo meu tempo e tempo tá caro Então perdi todo meu tempo e tempo é raro Hoje o tempo está claro, já não olho pra trás Única meta é um castelo pra minha rainha Ver minha corôa com orgulho do que a filha faz Me diz o que você chama de fé O que tem dentro do seu coração Nunca vou nadar contra a maré É... a lucidez nunca foi solução Me abandonaram chorando, caído, perdido Com medo e com frio, sozinho Eu não tinha mais motivo pra vida Meus olhos já tinham até perdido o brilho Vi o destino e acreditei na trilha Pela minha favela, pela minha família Rezando pra Deus, olhando pra cima Pedindo que ele me mostrasse um caminho Talvez eu tenha me sentido um fora da lei Quando eu decidi que seria bem maior que reis Maior do que um presidente que não me representa Ainda assim menor que a dor que meu peito carrega Ver meus irmão sem condição naquela situação Pura neurose com a polícia e com os alemão Maldito seja o sistema que normaliza isso Metendo bala nos amigo que não merecia Ouvindo o papo do playboy que vive a teoria Ouvindo o papo dos cria pique terrorista Já conhecemos o sistema, isso que ele queria Botando um povo um contra o outro que se lucra em cima Me diz que você chama de fé O que tem dentro do seu coração Eu nunca vou nadar contra a maré É... a lucidez nunca foi solução F, o jogo virou, corrente agora só se for de ouro Correndo com os menor' do morro Morrendo e nascendo de novo É que cês gostam do nosso estilo Copia até o meu disfarçado Mas não disfarça quando eu passo Toda essa farsa virou passado Menor com a Glock na mão é um bicho feroz Da favela que ecoa minha voz E esse eco é anti playboy Levanta a mão e fala que é nós, mente de vilã Com o melhor traje malote na mão Vira lata, late vida insana bate dez quilates Bundas que parecem miragem Sei que escrevo pra esquecer Mas a linha do horizonte não vai distrair O baile é só lança perfume tipo Rita Lee Os pitbull no mano a mano tipo Jet Li As minas black empoderada pique Negra Li Racista filha da puta tendo que me engolir Racista filha da puta tendo que me engolir Sempre foi questão de ambição, não de ganância Sem enganar a infância cheia de arma de fogo Antes fosse vaidade mas é só matança E vocês achando que é pelos cordão de ouro Aviãozinho na favela mas não é Latam Neva tanto playboy, pode pegar teu esqui Droga fácil é você se sentir em Amsterdam Surfando a onda mais foda do Havaí O som alto da equipe te deixa eufórico Dois tiro e ninguém corre testaram o bico Bebendo até quase entrar em coma alcoólico Querendo se entorpecer até o último suspiro Quantos eu não eu vi morrer pra sustentar seu vício Os menor' estão viciados em fazer dinheiro É fácil fechar os olhos do seu edifício Difícil edificar os que não vem primeiro Me diz o que você chama de fé O que tem dentro do seu coração Nunca vou nadar contra a maré É... a lucidez nunca foi solução Hoje acordei pro que der e vier Te conheço como a palma da mão Uma noite, frio, um cigarro, um café O universo no verso do som Uma noite, frio, um cigarro, um café O universo no verso do som