Espelho, espelho meu, eu Não pertenço a esse lugar Espelho, espelho meu, eu Não tenho pra onde voltar Prisão de vidro, preso Olho o infinito infinitamente até o tempo findar Passarão as eras, não sei quanto tempo Não tenho momentos aos quais recordar Debaixo das águas tudo é tão frio Tão escuro que não consigo lembrar Como é o calor, como é uma cor que não seja o azul No fundo faz pensar Que essa paisagem irrita Que essa lentidão grita Que essa raiva me dita Alguém vai me libertar? Que essa paisagem irrita Que essa lentidão grita Que essa raiva me dita Alguém vai me libertar? Eu sinto falta de casa Mesmo não tendo mais, mesmo longe da paz Eu aceito, eu aceito Eu nasci pra ser feito de conceito Prisão, prevenção ao acaso Proteção pra mim mesmo Eu aceito, eu aceito Já tá feito, me deixa em paz no meu tempo No meu templo, nessa lua Vem comigo ou fica na sua Não preciso mais dessa sua ajuda Eu consigo me virar Não vê que minhas asas servem pra voar? Me prendo em terrenos que não fazem bem Gaiolas das quais tentei me libertar Você tenta também, né? Olhares, lugares, motivos, escolhas Que eu não consegui fazer sozinho São nossos males, pesares As dores que eu tomei do oceano Não me envolve na sua guerra, por favor Essa paisagem irrita Essa lentidão grita Essa raiva me dita Alguém vai me libertar? Essa paisagem irrita Essa lentidão grita Essa raiva me dita Alguém vai me libertar?