Quantas máscaras usei? Quantas tomei, quantas fiz? Com minhas mãos eu moldei As grades que prendem-me Sorriso, falsidade, o remorso, verdade Gentil? Mentira, e a mentira, bondade Ciclo vicioso criado, inicia e repete ao dobrar de um sino Indiferença é vacina, contra a doença do próprio instinto O instinto que busca luxúria É visível mesmo tornando-se efêmera O olhar do humano é tão seco Não passa de jogo de aparências O foco sendo a permanência Da imagem criada na hipocrisia Não importa quantas cicatrizes eles causam Só sentem quando é sua ferida O sentimento é só relativo Pois em pouco tempo é intriga Criamos nossas relações Mas não passa de reação química Construí uma casa e abriguei em cada quarto O que um dia odiei Na janela percebo os olhares Enquanto estou preso em correntes Que eu mesmo criei Na porta ecoam barulhos e gritos Daqueles que fingem ter conexão Semblante tão pálido como minha alma Mas não por tristeza, mas aceitação O fim justifica o meio A definição de correto eles não percebiam Esqueceram que nunca me deveram nada Apenas palavras vazias Então me odeiem Ou será que as palavras também serão falsificadas? A chave quebrei A porta tranquei para que coloquem suas máscaras Não passam de atores na peça Onde sangram clamando em ser protagonistas Show de facetas dessa sociedade Mas as cortinas se abriram O ser humano é feito de faces trocadas De acordo com seu dia-a-dia Seja a face da felicidade ou do ódio Todas são sempre mentira A visão distorcida Castelo em volta do meu coração que se pôs O adeus ao meu antigo eu Não importa, você é quem é e não quem já foi Quantas máscaras usei? Quantas tomei, quantas fiz? Com minhas mãos eu moldei As grades que prendem-me No semblante, a diferença me faz em frias pegadas Refletem o que sentem, mas eu já não sinto nada Sorrisos não aquecem, esquece, uso pra seguir Nos trilhos, contra-mão Minhas mãos alcançam o que sempre quis As máscaras que temos são nossa essência inteira As máscaras da insegurança E do medo nunca foram belas Mas sempre foram verdadeiras A escolha que tenho e a fissura de um humano comum A junção da bondade e do mal Ser odiado é o que todos evitam Mas aguentei por ser algo real Elogios são encapuzados Por uma beleza em miragem Palavras são híbridos, ódio e amores E sendo distintos apenas em sua quantidade A mente humana foi adaptada Pra que não sejamos metade Isso é o prazer de usar as palavras Pra termos superioridade Me odeiem Pelo gosto doce Desse sentimento que estão degustando Pela visão de cortar uns aos outros Só para assisti-los sangrando Por minhas verdades não serem escondidas Nem quando eu estou mentindo Sorriram enquanto cuidavam da rosa E no fundo a odiavam só por ter espinhos Meu quarto é escuro, as portas trancadas Os gritos cessaram A perfeição que depende da concepção De alguém solitário Estão batendo de novo, não posso atender Minha mão tá estática São os meus sentimentos que estão me chamando Hora de botar a minha máscara No semblante, a diferença me faz em frias pegadas Refletem o que sentem, mas eu já não sinto nada Sorrisos não aquecem, esquece, uso pra seguir Nos trilhos, contra-mão Minhas mãos alcançam o que sempre quis