Vou lhe contar a história De Sebastião Batista apelidado por Sereno Que foi pedreiro, foi sambista, foi artista, dentro e fora do terreiro Um dos construtores Da grande cidade do Rio se Janeiro Em pedra e cal, misturando concreto Fabricando baixinho, um samba bem discreto Sebastião cantava no serviço Calo na mão, palma de artista, meu irmão E lá nos andaimes da obra, Sebastião Batista cantava seu samba Que era muito aplaudido por seus colegas de sonho Entre uma colher e outra, outra de cimento Um samba firme, triste, como um lamento Entre uma colher e outra, e bóia se mistura Um verso tirado da vida, voltando pra vida, fazendo pensar Gostei de ti, criatura E sofri de fazer dó Agora só sobra saudade pura E na garganta, um gosto de um Vou lhe contar a história A bela e triste história De Sebastião Batista apelidado por Sereno Que foi pedreiro, foi sambista, foi artista, dentro e fora do terreiro Um dos maiores sambistas anônimos Da grande cidade do Rio de Janeiro Sebastião, na calma da noite A mão de calo batendo, batendo no violão Sebastião, cozinhando na ideia, um samba-canção No caldeirão da Cuca, meu irmão O pé resvalando num verso A cabeça pesada de um pedaço de sonho O andaime no alto guardando, guardando lugar, de onde ele sobrou Ficou plantado no canteiro de obras Vou lhe contar a história A bela e triste história, que agora chega ao fim De Sebastião Batista apelidado por Sereno Que foi pedreiro, foi sambista, foi artista, dentro e fora do terreiro Um dos maiores compositores anônimos Da grande cidade do Rio de Janeiro (Sebastião Batista) (Anônimo compositor) (Morreu com samba na cabeça) (Sem chegar ao esplendor) (Sebastião Batista) (Anônimo compositor) (Morreu com samba na cabeça) (Sem chegar ao esplendor) (Sebastião Batista) (Anônimo compositor) (Morreu com samba na cabeça) (Sem chegar ao esplendor)