Venho de volta e caminho Sedento de luz e paz Como um pássaro que traz Calor do primeiro ninho Tentando ver se advinho O rumo inicial perdido No canto recém nascido Que alarga meu infinito Tropiando as notas de um grito De há muito tempo esquecido O Deus que eu tinha O meu Deus P'ra o que chegou não servia As crenças da geografia Fizeram com que eu desse adeus Aos descampados, só meus Tive de olhar mais de longe Rezar frente à cruz do monge Noutros ruituais, noutra naves E em vez do canto das aves Os som dos sinos de bronze Mas não mataram a crença Dos meus ancestrais vaquianos Após quatrocentos anos Venho a penar da sentença Trango sinais de nascença Dos quais o meu sangue destampa E neste holocausto pampa Bem mais gaúcho renasço Para alargar o meu espaço Num grito de terra eguando Sonhos que sempre sonhei Revivem quando murmuro Na bendição do futuro Do chão que não reneguei Cantos que sempre cantei Vão afinando a garganta E eu sinto que que se levanta Um taquarã na paisagem Multiplicando a mensagem De cada livre que canta