O negrinho Zé Machado Vinha lindo gineteando Só d'em pelo no aporreado Pra os dois lados se brandeando Ia abando um chapéu preto Preso atrás com o barbicacho E o rosilho a golpes secos Ia berrando costa abaixo Deram os dois uma caravolta Pelo ar, mas não houve o tombo Porque o Zé deu toda volta Como um prego sobre o lombo Com este golpe pelo espaço Quase os dois perdem a consciência Mas o negro ainda alçou o braço E abanou para assistência Lá se foram as duas almas Gineteando campo afora O ginete ouvindo as palmas O rosilho o trim da espora Zé Machado ao fim da festa Nos mostrou que a vida é potra Gineteada como esta Nunca mais haverá outra O Zé disse que a rodada Lhe deixou com a idéia tonta Porque a vida vale nada E terra gira por conta Que o rosilho o tal maleva Não perdeu-se veiaqueando Porque há um diabo nas macegas Mais um Deus lhe amadrinhando