Na quietude, na hora morta Se põem um grilo a cantar Com a labareda a clarear O negror da escuridão No silêncio do galpão Um homem de alma serena Ameniza suas penas No costado, de um fogão E entrar pela janela Um clarão de lua cheia Com a fumaça se enleia Rente ao capim da quincha Lá fora um bagual relincha Se emparceirando ao minuano E este "ventito" pampeano Vai entrando pelas pilchas Quando o brilho, da noite grande Calmamente se termina O peão procura rima Do verso que não cantou E por certo não vingou Com a brasa no tição E com ao romper da mansidão Um outro sonho se extraviou É cercado de mistérios O segredo dos galpões Mas guarda junto aos fogões Um lugar para um parceiro Neste recanto campeiro Ao ritual de devoção Aonde um mate e um peão Serão para sempre companheiros