"Muito boa tarde, senhores tele-espectadores E meus jovens amigos. " -Não há muito tempo a vida era assim, Como um filme de 'Tati '. Operários a operár, escriturarias a escrever E logistas a vender. O mundo a girar, às crianças a brincar Com tempo Para aprender. Um beijo de boa-noite, mas antes uma história, Não há futuro sem uma memória. Os pais aperaltados, na véspera de feriado, Para ver a estreia do Solnado. E quando a TV só tinha uma cor, O cinzento nacional. Vendiam o " Oratólio " Colgate Com Gardól, Antes do Telejornal. Mas vinha o Domingo Com a sua matiné, Bebida como capilé. Nos meses de verão, o tempo não passava, E toda a gente passeava, No meio da estrada o trânsito parava, Para ver a volta a Portugal... O filme de Natal já era traição, "Música no coração " E o melhor presente, foi um foguetão, Que nunca levantou do chão. O espaço era livre, para o foguetão E para a imaginação. Enquanto se jogava à bola lá na rua, o homens punha o seu pé na lua. A terra acelerou, a vida ultrapassou, E a inoçencia acabou.