Se te julgas a maior Por controlares a minha vida Hás-de sentir o sabor Da minha vingança, querida És falsa na tua essência Enganas o mais esperto Fazes do rir a tua ciência Aparentando um livro aberto De ti quero distância Bem longe eu quero estar És um zero de substância Não tens amigos nem tens lar És a ressaca em pessoa Sempre ao ataque Finalizas com ar de boa Pretendendo ficar em destaque Cá se fazem, cá se pagam Cá se fazem, cá se pagam Cá se fazem, cá se pagam Cá se fazem, cá se pagam Se não consegues o que queres Usas a arte do bem-amuar E só se não puderes Virar tudo de pernas p'ro ar Tu és má por natureza Adoras ver sofrer Os outros com frieza Para teu belo prazer Falsa modesta Quando queres uma presa Com uma mão fazes uma festa Na outra guardas uma surpresa Mas um dia vais-te dar mal Hás-de conhecer alguém pior Talvez tenhas um choque brutal Mas pode ser que fiques melhor Cá se fazem, cá se pagam Cá se fazem, cá se pagam Cá se fazem, cá se pagam Cá se fazem, cá se pagam Na paragem do 46 Vi-te passado uns anos Filhos eram uns seis Na Damaia com um estranho fulano Fato branco, sapato verniz Gravata às bolinhas Tinha na cara uma cicatriz Porque não quis pagar as pastilhas Curvaste a cerviz Perdeste-te por vielas Um semblante infeliz Só, só visto em telenovelas Tu sonharas com um macho latino Perdeste o rumo e o tino Aquele teu jeito divino Estranhas partidas do destino Cá se fazem, cá se pagam Cá se fazem, cá se pagam Cá se fazem, cá se pagam Cá se fazem, cá se pagam