Livre, meu vôo solitário Que inicio saltando das janelas pros telhados Livre, um gato desliza pela cidade escura Leio nesse rendilhado de sensações o roteiro da minha viagem Tudo é vivido pela primeira vez e sem preparação Como se um ator entrasse em cena sem nunca ter ensaiado A ambição me chamou, mas eu temi os imprevistos Agora sei que devo içar as velas e tomar os ventos do destino Dar sentido a vida pode levar a loucura Mas uma vida sem sentido é a tortura Da inquietação e do vão desejo É um barco que anela o mar, mas o teme E a noite vem buscar brilho de sol esquecido em teu cabelo Pelos vales e pelos telhados, nos abismos, nas cidades, segue o vento Não há sonhos Não há sonhos Não há sonhos