Oh, Vaneira da Bossoroca! Mas bah, tchê! ♪ Uia! ♪ Velha vaneira baguala Que estufou o fole da gaita Riscada de unha de taita Cheia de furo de bala Tomando conta da sala O mesmo que lagartixa E o chinaredo cochicha Quando seu ronco se cala Se mistura no balanço A poeira do chão batido Os babado do vestido Corcoveiam sem descanso E o índio metido a ganso Grudado a fita vermelha Fica boqueando na orelha Num jeitão de sorro manso A fumaça do candeeiro Se adelgaça e se esparrama Perseguindo alguma dama De sorriso feiticeiro E nunca falta um salseiro De tradição secular E os índios que vem mamar Na garrafa do gaiteiro A fumaça do candeeiro Se adelgaça e se esparrama Perseguindo alguma dama De sorriso feiticeiro E nunca falta um salseiro De tradição secular E os índios que vem mamar Na garrafa do gaiteiro Vaneira que nasceu gaúcha Na caixa de uma cordeona Mamando numa sinhá dona Dessas que escondem a graxa Andou na pampa buenacha Queimada de sol e brasa E quando não tinha casa Dormia, dormia dentro da caixa Nos comércios de carreiras Nos velórios de carpeta Sobre a quincha das carreta Se ouvia tronco e primeira Nos bolhicho de fronteira Nunca vai faltar um taita Pra dar um talho na gaita E deixar livre a vaneira O próprio índio que canta Esta vaneira machaça O sacerdote da raça Nas bruxarias que invoca E os arrepios que provoca Neste galope estendido Nos leva ao chão batido Nos rancho da Bossoroca A fumaça do candeeiro Se adelgaça e se esparrama Perseguindo alguma dama De sorriso feiticeiro E nunca falta um salseiro De tradição secular E os índios que vem mamar Na garrafa do gaiteiro A fumaça do candeeiro Se adelgaça e se esparrama Perseguindo alguma dama De sorriso feiticeiro E nunca falta um salseiro De tradição secular E os índios que vem mamar Na garrafa do gaiteiro