E quando aponta o chapelão, compadre véio' Deus o livre! He, he, meu amigo! ♪ ♪ Vida de gosto e capricho A do campeiro do rincão Mostra destreza e talento Na lida em qualquer função A mão que segura o laço No rodeio e castração Anima os bailes dos ranchos De cordeona e de violão O gaúcho é só saudade Longe das coisas do pago Se perde em tragos e pitos E o amargo é mais amargo Desperta a sede pra vida De um amor que não morreu E volta a beber nas fontes Dos pagos de onde nasceu E é a gaitada do Belizário, meu compadre, Ivonir
Quando me lembro dos pagos Nos dias de castração O laço corria frouxo E o mate de mão em mão O touro bravo berrava Pra se escapar do peão Mas a faca castradeira Fazia o serviço no chão Me lembro da tia Picucha Que era surda de um ouvido Andava sempre brigando Com um fogão véio' entupido Chegava de meio-dia 'Tava tudo a resolvido Servia pra peonada Cuião' de touro cozido ♪ E as filhas da Laudelina Gostavam de uma brincadeira Dançavam com todo mundo Num surungo a noite inteira E a gaita do Machado Com o fole qual uma peneira Levantava as saias delas No balanço da vaneira E vamo se arrebentar num gaitaço agora Meu compadre, Ivonir Dá-lhe compadre véio'! Segura, Machado! 'Brigado, meu compadre! (Deus o livre!)