Gujo, e essa marca aí, qual é? Luciano, essa aí é pra se ouvir tomando mate A água de sanga correndo Cantigas de bem-te-vi Alertas de quero-quero Arrulhos de juriti Vento na copa do angico Ou na cancela que bate É o silêncio musicado Pra se ouvir tomando mate Um grilo no oitão do rancho Lenha no fogo queimando Um rádio de fala rouca Um musiqueiro cantando Dois galos madrugadores No desafio de um combate É o silêncio musicado Pra se ouvir tomando mate Meu amigo Luiz Marenco Eu quero saber duma coisa Lá no teu rancho Cê toma mate ou não toma, tchê? E bastante, meu irmão véi É onde tem gaúcho esparramdo Por esse mundo véi Se toma mate Será que lá no Mato Grosso Toma também, ou não? Toma mate, toma em Goiás, Tocantins, Brasília Então canta pra gente aí Meu irmão véio! Um touro berrando longe Terneiro chamando a vaca Um assobio no galpão Faição cheirando a faca Prosas de gente chegando Um cusco manso que late É o silêncio musicado Pra se ouvir tomando mate Esporas rodando estrelas Cíncerros em descompasso Cascos batendo na terra Zunido fino de um laço Gritos de peões pelo campo Na lida do mesmo embate É o silêncio musicado Pra se ouvir tomando mate E lá no Mato Grosso do Sul O que que se toma? Eu quero saber Se é chimarrão, é tereré, o que é? Conta pra gente aí, meu amigo Michel Teló Olha, gurizada Vou falar procêis que lá no MS A gente toma tereré que o calor é grande Mas a tradição gaúcha A gente toma aquele mate bem amargo Trovoadas pelo horizonte Chamando chuva pra baixo Panela batendo a tampa Colher raspando no tacho Chuva pingando no zinco Que sobre a pedra rebate É o silêncio musicado Pra se ouvir tomando mate Ê! Chora, gaita véia! E aí, Gujo, que que achou? Mas tá bem lindo, Luciano E já vou agradecer o amigo Michel Teló E o amigo Luiz Marenco Por tomar esse mate com a gente aqui Vou lá 'quentar uma água E tu segue na gaita, Luciano Maia Deixa pra mim Uma gaita assim É pra se ouvir tomando mate também, cumpade Que é isso, hein?