Tem coisas que têm seu valor Avaliado em quilates, em cifras e fins Em cifras e fins E outras não têm o apreço Nem pagam o preço que valem pra mim Tenho uma velha saudade Que levo comigo por ser companheira Por ser companheira E que aos olhos dos outros Parecem desgostos, por ser tão caseira Não deixo as coisas que eu gosto Perdidas aos olhos de quem procurar Mas olho o mundo na volta Achando outra coisa que eu possa gostar Tenho amigos que o tempo Por ser indelével, jamais separou E ao mesmo tempo revejo As marcas de ausência que ele me deixou Carrego nas costas meu mundo E junto umas coisas que me fazem bem Que me fazem bem Fazendo da minha janela Imenso horizonte, como me convém Das vozes dos outros, eu levo a palavra Dos sonhos dos outros, eu tiro a razão Eu tiro a razão Dos olhos dos outros, eu vejo os meus erros Das tantas saudades, eu guardo a paixão Sempre que eu quero, revejo meus dias E as coisas que eu posso, eu mudo ou arrumo Mas deixo bem quietas as boas lembranças Vidinha que é minha, só pra o meu consumo