Neste galpão tem histórias Em cada pedra encaixada Não histórias escritas Mas pelas lidas ali perpetuadas As histórias estão nos boçais E em cada xergão empapado No travessão e na sobre chincha Nos palas ali pendurados Estão nas barbelas e freios Com baba e ferros mascados Nas rédeas e nas coscorras Juntos as línguas de cavalos Estão na sofá das caronas Nos laços e nas boleadeiras Nos pelegos e nos vastos Nos estribos e nas estribeiras ♪ As histórias estão nas mateadas De cada inverno e verão Num barulho de tesoura Aparando toso com a mão As histórias estão na memória De geração a geração Nos outonos e primaveras No giro de cada estação Estão nas barbelas e freios Com baba e ferros mascados Nas rédeas e nas coscorras Juntos às línguas de cavalos Estão na sofá das caronas Nos laços e nas boleadeiras Nos pelegos e nos vastos Nos estribos e nas estribeiras