Eu sou cria do passado e trago o hoje nas veias De raça ordeira e pacata, mas que jamais cabresteia Da tradição não me aparto, mas gosto das novidades E sigo domando potros nas folgas da faculdade As mesmas mãos do teclado do novo computador São do bocal e das rédeas, do laço e do maneador As "guria" acham bem lindo e alguma até se apavora Quando eu apeio na praça de tirador e de espora. Tenho o segredo das luas pro pingo ser enfrenado Me orgulho quando apresento um potro bem arreglado Uso a ciência dos livros e a faculdade me alcança Mesclada com a experiência que o campo deixa de herança. Quero marcar o meu tempo e tudo que ele me soma A estrada só me interessa num pingo da minha doma Me gusta ser arreglado como os cavalos que encilho A vida nunca é o bastante pra quem não anda nos trilhos. Seja rodeio crioulo, nas festas ou CTG Eu mostro a pátria que eu tenho, timbrada pra quem me vê Me vou pilchado pra aula, um tento atando os "caderno" Que eu sou o próprio Rio Grande cruzando o mundo moderno.