Quem sova basto e cavalo conhece bem o perigo Se por destino ou castigo, às vezes a volta se enfeia Esporas, mango, maneia, são armas de utilidade Quando sem necessidade um beiçudo se aporreia ♪ O mulato Jovelino ainda parava no basto Embora um tanto já gasto das doma e da lida dura Mas sustentava a figura de campeiro e ginetaço E nas chilenas de aço fez nome nestas planuras A colorada cabana gostava de picardia Cangava quando queria pra experimentar o vivente Muito metido a valente, pagou vale à reservada E foi ficando encruada sem fazer causo de gente Sem fazer causo de gente Um dia os dois se toparam no clarão de uma pegada Quando formou a eguada o paysano embuçalava Depois tranquilo encilhava, descrente da sorte ingrata Um diabo de quatro patas numa maneia de trava Numa maneia de trava A colorada é veiaca, sentenciou o capataz Quando a bruta sin no más, se revoltou com o mulato E se abaralhou de fato coiceando nas barriguera Mas se enredou na soiteira e nas puas dum carrapato ♪ Batendo os quatro caneco se destrinchava na volta Então um loro se solta quando rebenta a encimeira Mas a espora mordedeira, abrindo, toca, se engancha Meio que a maula se prancha e o negro apruma a carreira De mau jeito forcejava como nunca imaginado Pendia o corpo pra um lado, no instinto se acomodava E num pé só se estribava pra não perder o careio Se equilibrava no 'reio, com a outra pata esporeava Com a outra pata esporeava E a égua se destorcia, blandeando rente do chão Um índio de tradição não é assim que se saca Mas o negro abre as estaca, cruza a perna e sai correndo E susurra se benzendo Que colorada veiaca Que colorada veiaca Que colorada veiaca