Uma saudade chega em forma de milonga Traz acordes de campanha pela sina guitarreira Milonga estranha vem com asas de João Grande Revoando soledades na minha alma de fronteira Mas a milonga, meu sinuelo de saudade Não tem céus de liberdade nem tem olhos de amanhã Tem ar de bruxa, tem instinto de rapina E, traiçoeira, me domina com suas garras de guardiã Milonga bruxa que me peala e que me puxa Que, matreira, se debruça no cercado do violão Milonga bruxa, que milonga mais gaúcha Faz do pinho uma arapuca pra prender meu coração Milonga bruxa que me peala e que me puxa Que, matreira, se debruça no cercado do violão Milonga bruxa, que milonga mais gaúcha Faz do pinho uma arapuca pra prender meu coração ♪ Então me vejo guitarreiro aprisionado Nas seis cordas do alambrado que o violão escancarou Pra esse feitiço não tem reza ou simpatia Não tem arma ou valentia pra soltar quem se entregou Mas a milonga, mesmo bruxa e traiçoeira É a melhor das companheiras da minh'alma enfeitiçada Me desafia, me derruba, mas me ampara E até o Sol mostrar a cara não preciso de mais nada Milonga bruxa que me peala e que me puxa Que, matreira, se debruça no cercado do violão Milonga bruxa, que milonga mais gaúcha Faz do pinho uma arapuca pra prender meu coração Milonga bruxa que me peala e que me puxa Que, matreira, se debruça no cercado do violão Milonga bruxa, que milonga mais gaúcha Faz do pinho uma arapuca pra prender meu coração