A tropa vinha estendida pastando no corredor Eu empurrava culatra e também fazia o fiador Num bagual gordo e delgado, arisco e corcoveador Que se assustava da estaca e da sombra do maneador Enquanto existir cavalo Mais brabo que um temporal Eu vou andar gineteando Neste Rio Grande bagual É brabo a vida de um taura que só trabalha de peão Nisso uma lebre dispara debaixo de um macegão Meu pingo só deu um coice Escondendo a cara nas mãos Saiu sacudindo o toso e cravou o focinho no chão Tentei levantar no freio, mas era tarde demais Eu vi uma poeira fina, formando nuvens pra trás Berrando se foi a cerca e cruzou pro lado de lá Parecia uma tormenta, cruzando em Massambará ♪ Se enganchava nas esporas sobre a volta do pescoço Cortando couro com pelo e tirando lascas de osso Naquele inferno danado, olhei pro meu cebolão Regulava quatro e pico de uma tarde de verão Tentei levantar no freio, mas era tarde demais Eu vi uma poeira fina, formando nuvens pra trás Berrando se foi a cerca e cruzou pro lado de lá Parecia uma tormenta, cruzando em Massambará ♪ Senti a força do vento me arrancando dos arreios E aquele bicho parecia que ia se rasgar no meio Deixei manso e de confiança, montaria de patrão Pois honro o nome que carrego e orgulho de ser peão Tentei levantar no freio, mas era tarde demais Eu vi uma poeira fina, formando nuvens pra trás Berrando se foi a cerca e cruzou pro lado de lá Parecia uma tormenta, cruzando em Massambará