Eu que já fui ginetaço, puxei nos queixos da morte Pois no lombo de um aporreado não morri por pura sorte Escorrei manga de pedra com uma tormenta do norte E arrastei gado no barro em tempo de seca forte Eu já fui bicho do mato, abri picada a machado Ensinei boi caborteiro puxar carreta e arado Me aqueci num borraio, num tição de puro cerne E tomei banho de sanga nas tardes frias do inverno Batendo espora tim-tim, tim-tirim-tim-tim Batendo espora tim-tim, tim-tirim-tim-tim Olha que eu vim a cavalo, pois no Rio Grande é assim Olha que eu vim a cavalo, pois no Rio Grande é assim ♪ Já sai dum entrevero só com um pedaço da cueca Mas quem me rasgou as mortalhas há muito que levou a breca Já peguei um touro a unha na saída da porteira E deixei quincha de rancho virada numa peneira Já rondei tropa na estrada pousando no corredor E ganhei penca de beijos na cancha reta do amor Já peleei com quatro ou cinco, nunca afrouxei o garrão Pois faço um cabo de guampa derreter na minha mão Batendo espora tim-tim, tim-tirim-tim-tim Batendo espora tim-tim, tim-tirim-tim-tim Olha que eu vim a cavalo, pois no Rio Grande é assim Olha que eu vim a cavalo, pois no Rio Grande é assim ♪ Batendo espora tim-tim, tim-tirim-tim-tim Batendo espora tim-tim, tim-tirim-tim-tim Olha que eu vim a cavalo, pois no Rio Grande é assim Olha que eu vim a cavalo, pois no Rio Grande é assim