Eu fui o rei do baralho, homem de má intenção Jogar carta, beber canha era minha inclinação Quando eu sentava no jogo, sentava de prevenção No sinto um revolve smith, muita bala e um facão Já bebia uma cachaça misturada com limão Puxava o chapéu pros olhos e misturava o carvão Roubava uma carta e duas, jogava outra no chão Botava outra no bolso, tava feita a tapeação ♪ Um parceiro ou outro via, já me chamavam atenção De brabo, eu virava a mesa, me chamavam de ladrão Outro, mais gato, gritava "terminem com a discussão" Seguia o jogo de novo, vergonha não tinha não Quando amanhecia o dia não me restava um tostão Chegava em casa com sono, já dava outra explosão A mulher pedindo roupa, os filho pedindo pão E eu não tinha pra dar, que maldita profissão ♪ Um dia minha filhinha, me agarrou pela mão Papai, você me acompanhe pra uma apresentação E me levou numa igreja onde reina a devoção Me apresentou para o padre que me fez a confissão Depois de muitos conselhos, eu chorava de emoção Tomei a hóstia sagrada, minha santa comunhão Daquele dia pra cá tenho Deus no coração Nunca mais peguei baralho, me livrei da tentação