Afeto, abraço Encontro, um laço Sim, porque o nó amarra E o laço é desfeito De acordo com a graça Carinho, saudade Apego, vaidade Trouxemos nossas cores dentro dessa hora Se houve mágoas, dores, Deixe-as ir embora O Amor não acabou Como e Sita e Rama, amando a gente se ama Como Raí e Babalu, dançando "Sweetest Taboo" Como Frida e Diego, pondera sobre o apego Eurídice e Orfeu, esmigalha esse "meu" Rosinha e Chico Bento, a casa e o sustento Tipo Sartre e Beauvoir pelo filosofar Como Chico e Marieta nos 70 sem treta Jhon e Yoko, cantando até ficar rouco Tarzan e Jane, e que o resto se dane Como Homer e a Marge, na vibe extra large A Cecilha e o Peri, na mata adentro a subir Como a Madonna e o Basquiat, na arte do amar O Amor não acabou Meia cebola roxa, azeite, um limão inteiro Dois likes de Instagram e um texto do Meijueiro Três pingos na minha coxa, dez músicas de Caetano Mergulho de manhã e lembranças daquele ano E choro. E rio. E volto. E penso: Se ele não ligar Eu me amo nessa cozinha Curtindo o cozinhar E o fato de ser só minha Por outro ponto de vista, outra manhã vem nascendo Nós somos duas crianças, ainda errando e aprendendo Um dueto pra história, a florada do Ipê Um casal que casava, éramos eu e você Mas o Amor tem mistérios que vão além da paixão Já disseram poetas, e digo ao meu coração: Morre e nasce trigo, vive e morre pão Muito mais que lindas, coisas findas ficarão O Amor não acabou Se transformou Em outro amor