Abro os olhos e me encontro a um palmo de meu teto Um pouquinho para frente e paro sobre minha casa Tomo um susto e um solavanco Novamente me encontro Conectado a uma rede onde meu eu permanece anônimo Escovando os dentes antes de dormir Me olho no espelho e minha pupila é um funil Dentro dela eu vejo uma peça chave Controlando um avatar com trinta anos de idade Apago a luz e acordo Eu tô cansado, é o fim do ato E com os olhos já fechados percebo A memória ainda é uma ilha de edição Meditando pro meu ego tomar só catucadão Cordão de prata bolado Sobrevôo o Grumari tipo surfista prateado Consciente, acordado Calculando cada passo Porque existe um caderninho que os vacilo é registrado Tomo um susto e um solavanco Novamente me encontro Dormindo indo pro trampo Com saudade dos meus sonhos Acendo a luz e durmo É o fim do ato É o começo do ato