Soltei meus cavalos pro fundo do inverno Tropeiro de outonos só traz folhas mortas Meus sonhos mais puros beberam estradas E as duras estradas beberam meus sonhos Soltei meus cavalos de tropear amores E as chuvas de julho lavaram os pêlos E eu vi os segredos de fletes e amores Que ao sol tem mil cores, e à chuva são negros Adeus às estradas e aos teus olhos negros Amar-te é uma adaga voltada pra mim Adeus horizontes de céus e de prantos Que os meus olhos brandos gastaram de ti Voltei pro meu rancho de barro e silêncios Domei meus cavalos pra campo e mangueira Que os fletes de estradas só plantam poeira Que a chuva do inverno despreza e apaga Adeus às estradas e aos teus olhos negros Amar-te é uma adaga voltada pra mim Adeus horizontes de céus e de prantos Que os meus olhos brandos gastaram de ti Adeus horizontes de céus e de prantos Que os meus olhos brandos gastaram de ti