Saltei de dentro do rancho Ouvindo o cantar do vento Arrastando argolas e tentos No pedregal do terreiro Quem nasceu pra ser domeiro Trás madrugada na encilha E repassa qualquer tropilha Com cismas de caborteiro Só trago a força no braço E na curvatura das pernas Pois maula não se governa Nem se para mal costeado Quando salto embodocado Tenteando as sombras da lua Lanhando, ao golpe das puas Paletas de um desbocado Um taura deste Rio Grande Tem valentia de sobra Quando um bocudo se dobra Lonqueado a mango e espora Solitos num campo afora Na mais campeira paisagem Só quem tem sangue e coragem Por certo, não se apavora Só quem tem sangue e coragem Por certo, não se apavora ♪ Faço da lida campeira A minha vida nos bastos Dobrando a ponta de cascos Mapeando algum corredor Campeiro e alambrador Ponteiro de tropa e posteiro De vez em quando povoeiro Nos braços de alguma flor E quando falta um gaiteiro Numa noite redomona Junto no peito a cordeona Como quem trata uma bela E canto uns versos pra ela Que só de ouvir, se arrepia Enquanto a lua me espia Pelas frestas da janela Um taura deste Rio Grande Tem valentia de sobra Quando um bocudo se dobra Lonqueado a mango e espora Solitos num campo afora Na mais campeira paisagem Só quem tem sangue e coragem Por certo, não se apavora Só quem tem sangue e coragem Por certo, não se apavora