Dos cascos do meu cavalo Fiz saltar leivas no céu E empurrei muita boiada Cantando versos ao leu Sou afilhado dos deuses E até a morte me olha séria Nas águas do Uruguai Lavo minh'alma gaudéria Junto com a poeira da goela Trago carrapicho e espinho Que andam comigo agarrados No buraco do focinho Gosto da noite fechada Com fragrâncias e perfumes E de cruzar o campo solito Proseando com um vagalume Se um dia eu me for pro povo E não lidar mais com boiada Vou ser uma estrela gaviona Que se apartou da manada Ao tranco sempre assoviando Na pampa verde esperança Meu cavalo é um barco solto Num Rio Grande de águas mansas ♪ Na janela de algum rancho É coisa que me fascina Dois olhos da cor do campo Num rosto meigo de China De vez em quando me apeio Num fandango campo afora Sarandeio a noite inteira Riscando a chão com as esporas Quando me agrada a bolada Na noite escura sem brilho Acomodo uma chinoca Na anca ddum ouradilho Aos tapas com meu destino Sou sempre teso e imponente Quando a porteira da vida Quer se fechar lá na frente Se um dia eu me for pro povo E não lidar mais com boiada Vou ser uma estrela gaviona Que se apartou da manada Ao tranco sempre assoviando Na pampa verde esperança Meu cavalo é um barco solto Num Rio Grande de águas mansas ♪ Se um dia eu me for pro povo E não lidar mais com boiada Vou ser uma estrela gaviona Que se apartou da manada Ao tranco sempre assoviando Na pampa verde esperança Meu cavalo é um barco solto Num Rio Grande de águas mansas