Quero que meus versos sejam Como um quadro feito a mão Da altivez campechana Contida no meu rincão Matizado de esperanças E jujus do coração Neste cenário crioulo Estarei sempre no meio Na figura de um campeiro Num eterno pastoreio Para encontrar minha alma Que pra cidade não veio Pintarei também meu rancho Nestes anseios fecundos Só porque na frente dele Eu enxergo meio mundo E a outra metade vejo Pela janela do fundo Pintarei também meu rancho Nestes anseios fecundos Só porque na frente dele Eu enxergo meio mundo E a outra metade vejo Pela janela do fundo Pra deslumbrar nas planuras A cavalhada em retorço Quero-queros acenando De lenço negro ao pescoço E horizontes maragatos Num pôr de sol que é um colosso Trotear as sombras das nuvens Andarengas nas estradas Ser livre nestas planuras Como vento nas ramadas Beber da pipa chorona Às lagrimas derramadas Pintarei também meu rancho Nestes anseios fecundos Só por que na frente dele Eu enxergo meio mundo E a outra metade vejo Pela janela do fundo Pintarei também meu rancho Nestes anseios fecundos Só por que na frente dele Eu enxergo meio mundo E a outra metade vejo Pela janela do fundo