Me criei numa canhada Lá no fundo da estância Sufocando a própria ânsia Da minha vida campeira Lidando a semana inteira Pra cumprir minha jornada Pulando de madrugada Antes de romper a aurora Eu já saía campo fora Pra recolher a manada Lidando com gado brabo Potro xucro e redomão Maneia buçal na mão Um par de rédeas bocal Puxando queixo de bagual Fui crescendo acostumado E algum turuno extraviado Nunca me escapou do laço São os serviços que faço Bem assim que fui criado Por gostar da lida bruta Me apelidaram nativo É deste jeitão que eu vivo Do campo eu não me afasto Enforquilhado no basto Vou cumprindo a minha sina Sei que esta vida termina Tenho certeza que morro Se faltar pingo, cachorro Rodeio, fandango e china Junto com minha tropilha Que um por um embuçalo E me entende quando falo Esta potrada de luxo Por certo, ah por certo não é gaúcho Quem não gostar de cavalo