Com a tropilha por diante Choveu pra o lado de lá E o passo do arroio tá cheio Cruzei pra o lado de cá Com água na aba do arreio Encilhei de manhãzinha E o dia por trás do cerro Clareou com a égua madrinha Que badalava o cincerro Larguei, de chapéu tombado E espora batendo o guizo Lembro de um rancho barreado Onde abanei pra um sorriso "Vaya con Dios", disse ela Escutei na voz do vento! "Usted tambien, minha bela" Me guarde em teus pensamentos Gritei com a minha tropilha Me balanceei sobre os bastos Se a vida me fez forquilha Do que sou nunca me afasto Aprendi que meia doma Talvez não pague o que quero Se eu não merecer a soma Da outra metade que espero ♪ Eu vinha num colorado Pingo de segunda sova Que tinha na testa, pintado Um risco de lua nova E "uns redomão" pelo meio Uns mais "malino" que os outros E uns mais "costeado" de freio Minha tropilha, meu mundo Não vivo, não sou liberto Se eu não andar nestes fundos Onde de tudo estou perto Eu somente tenho pena Depois de cada golpeada Tocar teu rosto, morena Com as minhas mãos calejadas Sou domador, não por farra Mas por gostar deste ofício! Costeio de corda e garra Deixo sem balda e sem vício Porém, nem tudo se iguala E a "mala suerte" consome Quando o destino embuçala